quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Atenção Colorados

Em novembro do ano passado, o pesquisador Ricardo Bestetti e o repórter Thiago Dias da Rede Globo, estiveram no Japão com o Internacional para a companhar o Campeonato Mundial de Clubes, e fizeram um compromisso de que se o Inter fosse campeão Mundial escreveriam um livro juntos.

Estava feito o compromisso. A trabalho pelo GLOBOESPORTE.COM, Thiago, foi ao Japão e acompanhou de perto a campanha do Inter na conquista do Mundial de Clubes da Fifa de 2006. Ficou no mesmo hotel e nos mesmos vôos dos jogadores. Realizou o sonho de qualquer torcedor colorado. E após ter se passado um ano, ele está cumprindo a promessa feita ao amigo pesquisador: já está à venda na Feira do Livro de Porto Alegre e no site Livrosdefutebol.com o livro "O Colorado Internacional", que conta detalhes de todas competições internacionais já disputadas pelo clube.


Abaixo, alguns trechos das entrevistas exclusivas para o livro:

O DESABAFO DE ABEL BRAGA

Em 2004, Abel Braga foi vice-campeão da Copa do Brasil com o Flamengo. Um ano depois, ficou em segundo lugar novamente no torneio, desta vez com o Fluminense. Aceitou o desafio de comandar pela quarta vez o ao Internacional em 2006 - após passagens em 1988/1989, 1991 e 1995 - e já começou a temporada perdendo a final do Campeonato Gaúcho para o Grêmio, coisa que nenhum colorado gosta.
No momento que o árbitro Carlos Batres apitou para o centro de campo naquele dia 17 de dezembro de 2006 e decretou a vitória do Inter por 1 a 0 sobre o poderoso Barcelona, Abel não poderia ter pensado em outra coisa com o título mundial em suas mãos: “E falavam que eu era só vice...”
(...)
Na hora que viu seu time bater o Barcelona no Japão, tudo isso passou na cabeça do treinador. “Convivo muito bem com críticas, mas no Brasil é tudo oito ou oitenta. Conquistei títulos, cheguei duas vezes seguidas à final da Copa do Brasil, trabalhei na Europa... Estaria milionário se conseguisse tanta coisa assim com um time estrangeiro. Acho que sou melhorzinho do que falam”, disse Abelão.

OS MAIORES PARA FERNANDO CARVALHO

Para Fernando, o time de 2006 não conseguiu superar o de 1976 em qualidade. Mas alguns jogadores campeões mundiais tornaram-se mais importantes na história do clube. Casos do capitão Fernandão e do goleiro Clemer. “O Fernandão superou o Falcão em importância. Ele foi um capitão de verdade, soube defender o clube, levantou a taça”. E na briga pela camisa 1? “O Manga foi melhor, mas o Clemer entrou para a história com um grande Mundial. Ele foi mais importante”. O mesmo elogio vale para o técnico Abel Braga. “O Inter tinha dois treinadores marcantes: Teté (Francisco Duarte Júnior) e Rubens Minelli. O Abel virou o terceiro e, para mim, o maior da história”.

A REVELAÇÃO DE GABIRU

Antes de o técnico Abel Braga revelar a lista dos jogadores que viajariam para o Japão, parte da imprensa e a maioria dos torcedores pressionavam para Gabiru ficar fora. Segundo o jogador, até mesmo dentro do clube havia quem o queria longe de Tóquio e Yokohama: “Eu não ia para o Mundial, eu sei disso. Algumas pessoas da diretoria não queriam me levar. O Abel que me bancou, bateu de frente com eles”, revelou. A versão é negada por Fernando Carvalho, presidente do Inter em 2006. “Isso nunca aconteceu. Eu mesmo era um dos grandes defensores dele”, disse o dirigente.

A COPA DE FERNANDÃO

Com poucas passagens pela seleção brasileira, a disputa do torneio organizado pela Fifa virou prioridade na carreira do camisa 9. O craque deu tanta importância ao Mundial que foi o único jogador a levar um assessor de imprensa ao Japão. Bruno Junqueira seguia os passos do atacante e ficou responsável por atualizar o site oficial do capitão colorado, que escrevia também um diário virtual sobre a passagem pelo Oriente. “Antes de viajar, eu disse que aquela competição seria uma Copa do Mundo para todos nós que não tínhamos oportunidades na seleção”, lembrou.

O RECONHECIMENTO DE DECO

O meia Deco chegou ao Japão como cidadão português. Mas o camisa 20 do Barcelona, nascido em São Bernardo do Campo (SP) em 1977 e naturalizado lusitano em 2003, tinha o mesmo objetivo de dez entre dez jogadores de futebol brasileiros: ser campeão do mundo de clubes. Em 2006, ele estava do lado mais forte, foi eleito o melhor do Mundial e tinha craques como Ronaldinho Gaúcho ao seu lado. No entanto, perdeu a taça para o Internacional e viu seu sonho ser adiado.
Sonho é exatamente a palavra que Deco usou em depoimento a este livro, quase um ano depois da final de Yokohama, para descrever a diferença entre o Barça e o Colorado naquela decisão: “Para o Barcelona, o Mundial era mais um objetivo na temporada. Para o Inter, um sonho a ser realizado. Eles mereceram”.


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